Aumento nos custos preocupa empresários de bares e restaurantes

Sehal alerta que o setor precisa de mais apoio para mantes as atividades

Depois de uma longa situação de dificuldade pela pandemia, seguida de reajuste no preço da gasolina, luz e carne, os empresários do setor de hospedagem e alimentação que esperavam uma melhora da situação, enfrentam novos desafios, ou seja, mais um aumento. Desta vez, o da cerveja, sendo que a bebida, em muitos casos, é um item representativo no faturamento.

“O setor está super pressionado pelos custos, seja na conta de luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, e não suporta mais tanto aumento, justamente no momento em que os bares e restaurantes tentam se recuperar do prejuízo financeiro. Clamamos, mais uma vez, precisamos de apoio e não de medidas que representam retrocesso e que nos afundem ainda mais em dívidas”, afirma Beto Moreira, presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC).

A grande dificuldade dos empresários é arcar com os custos sem repassar ao consumidor. O jeito é tentar buscar saídas e se reinventar. Dono de quatro estabelecimentos, sendo duas churrascarias D’Brescia, o bar Boteco do Porco e o restaurante Faxa Grill, Edival Spricigo (o descendente de italiano conhecido como Faxa), encontra na negociação a fórmula para se manter no mercado.

Para contornar a situação, Faxa – que tem a carne como principal matéria-prima dos seus negócios – chamou para a discussão os grandes frigoríficos como Marfrig e JBS, além da Ambev, considerada a gigante do setor de bebidas. E explica por quê? “Antes da pandemia, eu pagava R$ 49,00 o quilo da picanha e neste mês (outubro) consegui negociar a R$ 74,00 o quilo para uma compra de uma tonelada e meia do produto”, comentou. Segundo ele, a tentativa é manter o preço para não afugentar o consumidor. “Mas é uma conta difícil porque tudo aumentou, o preço da matéria-prima teve uma alta média de 16%, fora a água, luz e gás”, acrescentou.

Nas suas quatro unidades, Faxa mantém 180 funcionários diretos. “Não demiti ninguém, vendi casa, peguei empréstimo no banco para passar essa situação”, explica.

Criatividade – Seja grande, médio ou pequeno estabelecimento, o cenário é semelhante para todos. Fábio Presoto, dono do Faropa Paulista, em Santo André, também sente a pressão pelos altos custos. “Tivemos um aumento médio de 20% na matéria-prima e nas contas de água, luz”, comentou.

Para o empresário, a saída é a dedicação ao trabalho, com muito esforço e economia, além da criatividade. “A cada dia da semana, implantamos um projeto para manter nosso cliente. Temos karaokê, apresentação solo com voz e violão e o projeto vitrolinha, entre outras iniciativas”, acrescentou.

Com toda dificuldade, ele busca uma fórmula para manter seus oito funcionários registrados. “Repassamos para os consumidores valores simbólicos bem abaixo dos aumentos que o mercado vem sofrendo, assim baixando nossa margem de lucro e mantendo nossos clientes”, ressalta.

Cesar Ricardo Santos Ferreira, dono do Restaurante Canoa Quebrada, em Ribeirão Pires, também sente os impactos dos aumentos no seu negócio. “Diminuímos a nossa margem e elaboramos novos cardápios, substituindo os ingredientes. Agora temos pratos veganos e ampliamos o menu de massas. Também tiramos um pouco do nosso ganho para manter o restaurante”, frisou.

Para quem tem na bebida um item importante do faturamento, o desafio é dobrado. Dono do Supra Bar, em São Bernardo e do Rabo de Saia, em São Caetano, Milton Munhoz, diz que foi obrigado a refazer seu cardápio em função do aumento da cerveja. “Tudo aumentou, mas procuramos oferecer um preço justo. Temos que ser competitivos, mas também manter as casas, pagar funcionários, 13º salário, aluguel, entre outras despesas”, pondera.

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